Porto de Maués -obra inacabada e superfaturada |
Mas voltemos ao relatório da CGU. Foi constatado
que os projetos de engenharia são de péssima qualidade, contribuindo para a “superestimativas
nos orçamentos de referência da própria Administração, daí para o sobrepreço
nos contratos,..., levam, em muitos casos, ao superfaturamento das obras, com
prejuízos aos cofres públicos”. Ou seja, a deficiência no controle inicia
dentro da própria Administração Pública por meio de projetos mal desenhados. A
indagação que fica é: isso é feito por incompetência ou de forma deliberada
para permitir o desfalque dos recursos do Povo?
No Brasil se tornou lugar comum o superfaturamento
de obras ou a realização de obras diferentemente do desenhado nos projetos
básicos e executivos e até mesmo a inconclusão de trabalhos, deixando a obra
inacabada. Em Maués temos inúmeros exemplos.
Para alcançar seus objetivos, o de desviar
recursos, fazem de tudo: burlam a concorrência, direcionam as licitações para
amigos e compadres, recebem propinas, renovam infinitamente os prazos dos contratos
e no fim abandonam as obras, promovem aditivos que chegam ao final pagando o
dobro do inicialmente contratado, no contrato o material a ser utilizado é de
um determinado tipo e o utilizado sempre é um mais barato e de qualidade
questionável.
Recurso do povo apodrecendo a décadas |
A lição a ser tirada dos fatos ocorridos no
Ministério dos Transportes é o da necessidade da sociedade vigiar o
administrador público. A função da sociedade eleitora não finda com o voto na
eleição, continua na participação em fóruns para formulação de políticas
públicas e ações, no monitoramento da execução das promessas (propostas) do
eleito, na fiscalização da qualidade e da oportunidade de obras.
Esperemos que os fatos denunciados na imprensa
nacional e agora, por conclusão do órgão fiscalizador do próprio governo, revelados
como verdadeiros, contribuam na conscientização da sociedade para não ficar
passiva diante da corrupção que atrasa o desenvolvimento do Brasil e arruína a
vida de milhões de cidadões que vivem na miséria, principalmente, em municípios
como Maués onde 75% da população sobrevive
com renda abaixo de R$ 260 reais mensais.
Alfredo Almeida – É Presidente do PMDB de Maués, foi
Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006,
Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas
legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués
no período 1995/1996.
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