O município Maués é conhecido por suas festas maravilhosas, praias encantadoras e pela produção do melhor guaraná do mundo, mas existe uma realidade da qual o povo sofrido de nosso município é a principal vítima. Uma realidade que precisa ser urgentemente transformada. Essa realidade é a pobreza que atinge a maioria de nossa população.
Em 2010 apenas 27% da população estava acima da linha de pobreza, 24,8% estavam entre a linha de pobreza e a indigência e 47,6% estavam na indigência. Ou seja, cerca de 25 mil  maueenses viviam com menos de ¼ de salário mínimo por mês, enquanto outros 12 mil se “viravam”, mensalmente, com menos de R$ 260,00.
O analfabetismo é outro mal. Em 2000, Maués, possuía 15,4% ou 3.403 indivíduos analfabetos; em 2005, ainda possuía 15,5% de indivíduos na mesma condição na faixa etária acima de 15 anos e 7,5% entre as crianças de 10 e 15 anos.
A maioria, tanto de analfabetos quanto de pobres e indigentes, estão na zona rural!
Esses números revelam uma realidade preocupante, pois tal nível de carência social e econômica repercute negativamente no desempenho dos estudantes nas escolas conforme se avança do ensino fundamental para o ensino médio. A distorção idade-série no fundamental é de 43,8%, enquanto no ensino médio a defasagem é de 58,75. Explicando os números. Mais da metade de nossos estudantes já deveriam ter concluído ou vão concluir o ensino médio com idade superior à recomendada, ou seja, 17 anos.
Diante de tal quadro os gestores escolares fazem milagres para melhorar o desempenho dos alunos e para mantê-los na sala de aula. Ainda mais, é sempre bom lembrar, das condições precárias de trabalho, principalmente baixos salários, que enfrentam professores e gestores. Assim ficam as perguntas: como estimular uma criança ao aprendizado se esta ao chegar a sua casa não sabe se terá alimento a mesa, em função da pobreza da família? Como prestar um ensino de qualidade em escolas inadequadas, salas desconfortáveis e quentes e falta de equipamentos modernos?
A educação deve ser um fator de inclusão social. Para cumprir esse objetivo é preciso que o sistema de ensino, principalmente o de nível fundamental, seja eficiente na capacitação básica de nossas crianças. Uma educação de qualidade forma cidadãos capazes de tomar decisões importantes em todos os campos, seja no social, econômico e político.
Portanto, para diminuir o grau de pobreza em Maués serão necessárias medidas concretas na priorização da educação, com maiores investimentos na estruturação de um sistema de ensino moderno e universal, que alcance, principalmente, as famílias dos trabalhadores urbanos e rurais de nosso município.


Alfredo Almeida – Presidente do PMDB de Maués, foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislaturas (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara de Vereadores de Maués no período de 1995 a 1996.