07 de março de 2012 | 20h 29
Isadora Peron, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - No ano em que se comemora oito décadas da
conquista do voto feminino, o Congresso Nacional vai aproveitar o Dia
Internacional da Mulher, nesta quinta-feira, 8, para lembrar a data e
cobrar uma maior participação das mulheres na política.
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O argumento é o de que, apesar da eleição de Dilma Rousseff para a
Presidência da República, a representatividade feminina tanto na Câmara
como no Senado ainda é pequena. Dos 513 deputados, apenas 46 são
mulheres; dos 81 senadores, 10 são mulheres.
A situação é semelhante na esfera municipal. Segundo levantamento do
professor José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências
Estatísticas, atualmente as mulheres ocupam menos de 10% das
prefeituras. Já nas Câmaras Municipais elas são cerca de 12% dos
vereadores. Ele destaca ainda uma pesquisa que realizou logo após as
eleições de 2008: em apenas 17 municípios brasileiros, dos mais de 5
mil, as mulheres conquistaram a maioria na Câmara.
Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), o cenário atual é uma
"vergonha", principalmente porque as mulheres já são maioria do
eleitorado. Ela citou ainda o fato de o Brasil ficar na 141ª colocação
em um ranking de 188 países que avalia a presença de mulheres na
política. Erundina lembrou também que, em fevereiro, a ONU cobrou uma
maior participação da brasileira no Congresso.
Partidos. Segundo especialistas ouvidos pelo Estado,
uma maior participação feminina na política passa por uma mudança na
cultura dos partidos. Alves destaca que as legendas precisam perceber
que está na hora de investir nas mulheres. Segundo ele, isso ficou claro
nas eleições de 2010. No primeiro turno, 67% dos eleitores votaram em
mulheres: ou em Dilma ou na candidata do PV, Marina Silva. "O eleitorado
vê com bons olhos votar em mulheres. Mas não basta lançar candidatas,
elas precisam ter uma vida política, um currículo respeitável",
destacou.
Para o Professor José Rodrigo Rodriguez, o papel dos partidos seria
investir na formação política da mulher para formar quadros competitivos
para as eleições. Uma solução para o problema, segundo a deputada
Janete Pietá (PT-SP), é aproveitar a atual discussão sobre a reforma
política para criar mecanismos que aumentem a participação das mulheres.
Ela destaca, no entanto, que alguns passos já foram dados nesse sentido
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